A imprensa americana e os americanos em geral, pelo que pudemos reparar, tem ‘pegado’ bastante pesado com a Madonna. Isso só pode ser por ela estar se divertindo em terras brasileiras, para eles, um país de terceiro mundo, que só tem mato e macaco.
Desculpem-nos a franqueza, mas realmente achamos inviável se aproveitarem desse momento em que Madonna está aqui no Brasil, para que os críticos e ditos profissionais de sites grandiosos, em grande maioria com reportagens direcionadas para um povo banal e que não gosta de usar o cérebro para pensar e só enchem a boca para dizer que são ‘americanos’ – como se todos nós não fôssemos -; faltarem com tamanho respeito, não só a Madonna como a nós também, brasileiros.
O New York Daily, por exemplo, aproveitou toda a sua matéria para destacar o quão Madonna está velha e ridícula com o seu ‘boy toy’ brasileiro. O TMZ a criticou também, elegendo vários outros ‘homens novos’ para a Madonna. Sem contar a maioria dos outros sites, bastando um clique no Google por notícias em sites internacionais para comprovarmos. Até mesmo em sites internacionais da Madonna, quando divulgam alguma matéria, podemos sentir algum desprezo nos comentários dos ‘visitantes’.
Como canal de informação, tais meios deveriam ao menos citar o propósito pelo qual a Madonna está aqui no Brasil, em relação as suas ONGs. A vida pessoal dela, realmente, podem e devem também relatar, pois isso vende (e muito). Mas, da forma como alguns chegam a fazer e, logo lendo os comentários dos ditos ‘visitantes de cada um desses sites’, podemos constatar que há uma certa indisposição pelo fato da Madonna estar ligada ao país Brasil.
Alguns comentários chegam a enojar, dizendo que “a Madonna está ridícula neste papel de terceiro mundo”. Outros ainda relatam que “ela e o seu brasileirinho podiam ir morar no mato”… Realmente, é incrível como o povo americano é bestial, insosso e vive dormindo. Não a respeitam desde que ela (Madonna), apontou o dedo para eles e falou “Acordem, seus tolos!”… E há menos respeito ainda quando há de se incluir um país que, embora igualmente esteja no mesmo planeta, seja de terceiro mundo.
Na época do álbum ‘American Life’ (2003), a mídia americana, que não pensa, formada por programas, apresentadores e sites que implicam em não fazer com que a sua sociedade acorde, torceu o nariz para ela (Madonna)… E depois, em uma busca recalcada por um santo que levasse o pesar George Bush para longe – o mesmo que Madonna condenou em público, ampliando o desejo americano reprimido -; os (norte) americanos elegeram o primeiro presidente negro. Em 89, Madonna já beijava o santo negro no clipe de ‘Like A Prayer’ e eles, que se dizem tão pouco racistas, fingindo e brincando que os negros por lá tem liberdade, mais uma vez, não a escutaram.
Deviam sim é agradecer a Madonna, ou as Dixies Chicks que puseram a carreira abaixo – e não souberam voltar -; mas tentaram abrir os olhos para uma nação que se acha a mais perfeita do mundo, pois preferem viver como se estivessem entre quatro paredes, com suas famílias infelizes, crises financeiras, problemas em bairros pobres e crises conjugais; além de extremamente (pré) conceituosos.
Relevante aqui é ver como essa sociedade tão marginal como qualquer outra, consegue discriminar tanto os outros países. Nos sentimos não menos brasileiros com isso, pois o Brasil, como qualquer outro lugar, tem seus vários problemas. Afinal o que são nomes de lugares quando todos vivem em um mesmo mundo, dependendo do mesmo ar e da mesma água para viver dia após dia, não é mesmo? Mas o sonho americano de que tudo é lindo e maravilhoso, está estampando somente no tapa-olho que eles usam diariamente e insistem em não tirar.
O fato é que a Madonna não tem mais o gostinho de ser americana, de ser a diva deles… ela virou amplamente e mundialmente inglesa, italiana, francesa, malawiana e agora brasileira! Mas não, Madonna se “divertindo” no Brasil, com um brasileiro ou ainda na pouca importante (segundo eles) visão dela lutando para implantar um método educacional que faça as crianças irem para a escola aprender a pensar, ser racional e não ficar no método americano de ‘1+1 = 2′; não pode!
Americano é assim: adora colocar negros para apresentar programas como Oscar, VMA, ter a apresentadora negra mais famosa do mundo ou qualquer evento que seja, mas que será mundialmente divulgado. Adora divulgar os seus rapperes racistas e preconceituosos em evidência… Passam a mão na cabeça dos seus artistas que estão vindo ao Brasil gravar clipes nas nossas praias, cidades, com mulheres parecendo mais prostitutas do que qualquer outra coisa… na mão de traficantes e incitando essa realidade em um tom mais sedutor… Mas, se for para falar sério e ajudar os miseráveis daqui ou de qualquer outro lugar, inclusive eles, da miséria deles, é melhor destacar realmente outra coisa.
Madonna, David Banda e Mercy James: para americanos, mais uma polêmica
Chega até ser engraçado de tão contraditório, mas vale ressaltar que percebemos o falso moralismo ao qual os americanos se prendem, quando voltamos no assunto da adoção das crianças David Banda e Mercy James. A cultura que adora não se mostrar preconceituosa e racista, que lá há respeito e moral, encheu as suas manchetes tentando explicar o motivo pelo qual a Madonna teria que ir tão longe para adotar crianças e ainda crianças negras. “Era para polemizar”, insinuava a mídia americana – seguida pela imprensa mundial. Nessas horas, é dificil olhar o próprio umbigo e pensar “para que adotar crianças daqui, se essas já estão fadadas a viverem no mundo de alice até o momento em que forem as suas escolas, atirar em seus colegas, pois aprenderam com os seus pais a reprimir o seu pensar, desejo e vontades“. Esquecem que, uma hora ou outra, a bomba explode.
Os mais puritanos ainda barram na história de que a Madonna criou um circo para adotar as crianças. Mas quem criou o circo não foi a própria mídia? Citamos a bom exemplo – como a mídia também citou -; o caso da Angelina Jolie. Recentemente, a artista divulgou que iria até o Haiti visitar as crianças. Ela não só foi, como gravou, tirou fotos e fez reportagens… A pergunta é: a Angelina Jolie pode chamar a atenção para uma boa causa e sair bem na foto, já a Madonna não pode? Se fosse assim, ela não poderia nem ter cantado no ‘Hope For Haiti Now’. Mas, como é a área dela (mesmo a causa sendo a mesma), então tá liberado, Madonna pode ir lá cantar, chamar a atenção, angariar os maiores fundos que aí sim, é permitido, para não dizer permissivo.
Resolver o problema não é algo que exista em uma sociedade que foi sempre alertada a ‘jogar e deixar a sujeira embaixo dos panos’. Parece que respeito não pode, hipocrisia sim. A nós, resta pedir um favor: se você acessar algum desses sites internacionais, aproveite para deixar um comentário ou crítica em algum canal. Dizer que aqui, tanto quanto lá, temos diversos problemas e estamos longe de ser uma nação perfeita, mas ao menos, mesmo que erroneamente, consumimos com prazer o que eles produzem, mas que isso não nos leva o direito de pensar e o deles de nos expor dessa forma.
O fato não é quem é primeiro, segundo, terceiro mundo, nem o que um é ou deixa de ser. O fato aqui é um só: respeito, embora estejamos mais na falta dele…
estilo madonna / rainha madonna
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